1 - O que é projeto? Quais suas vantagens e desvantagens?
Por projeto, entendo que seria algo como um plano com intenções ou metas para se realizar ou se alcançar, que pode curta, média ou longa duração. Ou mesmo ser algo continuado/cíclico. É uma possibilidade interessante em relação à organização pedagógica que depende da criatividade de professores, alunos, corpo pedagógico, escola e até mesmo a comunidade ao redor da escola ou de onde vêm os alunos e alunas. Desse modo, os projetos podem oferecerem e ofertarem trocas significativas e substancias entre alunos e professores na relação ensino e aprendizagem. Alunos serão e poderão ser tão mediadores quanto os professores, por exemplo. As vantagens são a relação que é propiciada e o não rigor sistemático, criando várias maneiras de se chegar ao problema. A desvantagem, creio, é de quando o projeto é engessado, não permitindo alterações para a sua própria melhoria ou mesmo de quando ele vem de um âmbito global para o local, não sabendo ou percebendo antes a realidade que cerceia os problemas daquela localidade em questão.
2 - Como definir o problema a ser pesquisado?
Penso que a partir da percepção das necessidades em geral da classe, ou, caso seja possível, da necessidade da maioria, ou ainda, da necessidade de alguns poucos. A partir das experiências anteriores dos alunos sobre projetos passados, das interrogações diárias dos alunos, da interação professor, pais e alunos, escola e comunidade. E, pode ainda, surgir também de algum acontecimento social que a escola sinta que está precisando ser trabalhado como, por exemplo: conscientização sobre acidentes de trânsito, preconceito/bullying dentro e fora da escola etc.
3 - Como iniciar um projeto?
O primeiro passa, acredito, é conhecer a própria classe com a qual se pensa em estabelecer o projeto. Dialogar com a classe, saber de seus anseios e necessidades, sonhos e desejos de aprendizagem. A partir daí, começar a traçar os primeiros passos mais concretos e formais de um projeto, como a construção de um mapa conceitual e a verificação dos recursos humanos e materiais disponíveis e com a elaboração de um plano de ação e metas. As autoras BARBOSA e HORN (2008) também sugerem a construção de um quadro das responsabilidades e também salientam que é responsabilidade do professor planejar os objetos com relação aos conteúdos do ano letivo, mencionando o distanciamento do seu contato, formulando outras significações propiciadas pelo distanciamento do cotidiano.
4 - O que precisa ser feito?
Buscar as informações, ou seja, os objetivos a serem alcançados e construir os dados para registrar as informações, além de traçar um período para realização deste e pensar no além-projeto, se ele pode ser realizado novamente (tornando-se cíclico), se ele foi apenas um evento e/ou uma eventualidade com início, meio e fim ou se ele pode voltar e voltar melhorado para uma segunda ou módulo.
5 - Como elencar as informações necessárias?
Existem três possibilidades:
- Primeira, antes da coleta do material, as técnicas que poderão ser utilizadas como entrevistas e as experiências dos alunos;
- Segunda, a forma de socializar o que foi coletado, ex: narrativas escritas, orais ou audiovisuais.
- Terceiro, depois da coleta das informações, as crianças poderão utilizar os conceitos mediadas por uma teoria aplicada ou sugerida pelo docente.
6 - Como sistematizar as informações e refletir sobre elas?
Após coletadas, estas podem ser documentadas de várias formas. A partir da documentação/separação destas, o docente pode agrupar as informações similares e perceber se nelas há problemas similares, e ir montando o seu projeto com base na identificação destas similaridades. Atividades iniciais são bem-vindas, como: jogos, atividades dramáticas, experiências cientificas, desenhos, construção do vocabulário apresentado nas rodas de conversas, elencar pontos para refletir o processo de investigação e sistematização, elaboração de textos coletivos, contação de histórias (oralmente ou em forma de escrita).
7 - O que e como documentar?
Depois de tudo coletado, é interessante retornar a situação-problema com os comentários e descobertas realizadas sobre o que foi sugerido e o que foi concretizado. Perceber se os discentes chegaram até os objetivos estipulados inicialmente. Sendo interessante para a organização final de um projeto a produção de um dossiê. Já que ao termino de cada projeto o mesmo propõe novas perguntas, e estas podem servir para conduzir novos projetos o que proporciona a reflexão sobre o que foi aprendido.
Texto:
BARBOSA, M: C.S.; HORN, M. das G. S. Tramando os fios e estruturando os projetos. In: BARBOSA, M: C.S.; HORN, M. das G. S. (Orgs). Projetos pedagógicos na educação infantil. Artmed, 2008.
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