quinta-feira, 26 de março de 2015

DISCUSSÃO INICIAL

VOCÊ ALUNO: 

1 - Qual a melhor forma de ensino para você?

R: Não há A Forma. Há formas. E, mesmo assim, nada garante que a forma que funciona é uma fórmula que funcionará mais vezes ou durante tempos e tempos. Há formas aplicáveis em certos contextos. Já em outros, não. A melhor forma é a forma que funciona para que todos os sujeitos tenham ganhos visíveis. E, mesmo que a forma não funcione em sua totalidade, deve-se observar as arestas de erros e corrigir numa posterior reutilização da(s) forma(s).

2 - Você acredita que essa metodologia pode ser colocada em prática? Sobre quais condições?

R: Todas as metodologias podem ser colocadas em prática. Todas as metodologias são passíveis de uso. Nada, porém, garantirá sua aplicação de modo funcional. Não há garantias que se renderá algo, que resultados possam ser obtidos. As condições são as variáveis de aplicação. É preciso que se observe de maneira atenta para o que funcionou e, então, se descarte e/ou se reformule o que não funcionou como esperado ou não atingiu o objetivo inicialmente proposto/esperado.

3 - Quais seriam os obstáculos dessa proposta?

R: Para a boa maioria das propostas pedagógicas, penso que os obstáculos nunca sejam novidades já não conhecidas: tempo, recursos estruturais, plantel humano e a disputa qualidade x quantidade. 

4 - Cite condições de ensino que você vivenciou e que te estimularam a continuar estudando?

R: Professores e professoras que gostam(vam) do que ensinavam e conquistavam a turma com um conhecimento não apenas restrito aos conteúdos ofertados pela disciplina que lecionavam, mas um conhecimento que ia além da própria disciplina: um saber enciclopédico.

5 - Houve ocasião na qual sentiu-se estimulado a estudar pelo(a) professor(a)?

R: Certamente. Vários casos e em vários momentos. Mas não apenas pelos(as) docentes. Os próprios colegas. Entretanto, da mesma forma que houve o estímulo e a motivação por estes personagens, também houve o efeito inverso: desestímulo e a desmotivação. Há casos e casos. Sempre haverão. O que não pode, penso, é que apenas a partir de elementos (personagens) externos é que a motivação (reforço) positiva aconteça. É preciso, antes de tudo, talvez, a motivação intrínseca.

6 - Você se sente passivo no seu aprendizado, não conseguindo imaginar o impacto do que lhe é ensinado no seu futuro profissional?

R: Não, penso que não. Ou jamais. Qualquer aprendizado é válido, e mesmo que o impacto de um aprendizado não finde em um ganho para um futuro profissional, há outras maneiras e meios de se extrair benefícios de aprendizados seja lá quais forem. Assim, e mesmo assim, é possível, sim, se avaliar o impacto de um aprendizado para o futuro profissional. Os bons e os maus aprendizados, inclusive.

7 - Você acredita que o aluno deve ser estimulado para estudar sozinho? Se sim, seu estudo seria mais produtivo?

R: Sim, acredito. E mais: o aluno deve e deveria ser estimulado a estudar, independente de escola, grupo ou se está só. Que o estudo seja um fim para um meio, não um meio para um fim. Não é porque se estuda sozinho, ou sem o amparo da escola ou um(a) docente, que o estudo será menor, incompleto, sem bases ou sem meta a ser alcançada. Um planejamento pode mudar tudo. Não se pode diminuir qualquer estudo ou realização de um estudo apenas por e unicamente por essa possibilidade não se ater aos padrões exigidos e esperados. O estudo, esse sim, acima de tudo, é o essencial.

8 - Você sente motivação por trabalhos que não valem nota?


R: Sim, certamente. A nota não pode ser o fim para o meio. Aprendizado(s), por favor. E antes de tudo.


9 - Como a(s) atitude(s) do(a) professor(a) influencia(m) em seu aprendizado?

R: Influenciam negativamente e positivamente. Para o bom ou para o mal aprendizado. Pois, embora todo estudo seja essencial, nem todo aprendizado o é ou mesmo é relevante pessoal e profissionalmente. Assim, a atitude de um professor pode ser um estímulo para um aprendizado como também pode ser um fator desestimulante.

10 - Você considera que quando o aluno participa ativamente durante a aula, ele consegue aprender mais do que quando fica apenas ouvindo a explanação do professor?

R: Não, não considero. Certas vezes, um aluno calado e no seu canto, apenas o faz por timidez. Ele ou ela poderá ter mil ideias e vontades de falar na mente, mas um bloqueio pode fazer com que ele se retraia e calado(a) fique. Assim, não acredito que um aluno participativo aprende mais que um aluno não-participativo sabendo que cada realidade é uma realidade e cada caso, um caso. 


11 - Defina, na sua opinião, aprender e ensinar.

R: Falam em "ensinagem" para mostrar que ensino e aprendizagem não se separam. Concordo. Mas em partes. Acredito que essa "ensinagem" é uma via de mão-dupla, ela não pode existir apenas partindo-se do professor até o aluno. Ela é essa via que não se inicia de um ponto comum. Pode partir, por exemplo, do aluno ao professor. O aluno ser co-realizador, colaborador e peça fundamental da construção, tal como é o(a) professor(a).

VOCÊ PROFESSOR:

1 - A sua forma de ensino é decidida pela escola ou é propriamente sua?

R: A minha forma de ensinar é minha, pensada por mim e decidida por mim. A minha forma vem daquilo que penso e acredito. Em todo caso, o que eu VOU ensinar, por assim falar, pode, sim, ser decidido pela escola ou o órgão superior-vigente da escola. Entretanto, mesmo com os conteúdos previamente estabelecidos, a forma é e sempre será minha. Mesmo que eu ceda espaços, forma parcerias, estabeleça outros vínculos educacionais.


2 - Quais as vantagens e desvantagens da metodologia de ensino que você usa? E para os alunos(as)?

R: Nas poucas oportunidades em que pude exercer o ofício de professor/tutor/facilitador, sempre prezei e frisei por práticas que fossem além do repasse puro de conteúdos previamente estabelecidos ou não. Tentei sempre inflar as práticas com conhecimentos enciclopédicos que trouxessem e oferecessem novos olhares para aquele laço educacional em processo de estabelecimento. Para mim, penso, não havia e/ou nunca houve dificuldade alguma. Para os alunos, contudo, afirmo que nunca os questionei sobre seus pareceres (positivos ou negativos) acerca da metodologia aplicada. Entretanto, mediante as reações sentidas e observadas, nunca notei prejuízos, malefícios ou coisa que o valha e sirva como patamar negativo de avaliação.

3 - Cite condições de ensino que tenha vivido e que tenha mostrado um melhor resultado.

R: Não entendi a pergunta/questionamento.

4 - Você acha importante o retorno e a discussão das avaliações com os alunos(as)?

R: Sim, acho.

5 - A teoria de ensino e aprendizagem da sua graduação permitiu-lhe um perfil profissional humanista, crítico e reflexivo?

R: Acredito que meu perfil veio antes do meu perfil profissional. O que a graduação possibilitou foi um reforço desse perfil que já carregava comigo. Assim, creio firmemente que meu perfil profissional seja munido destes três itens citados na questão. Mas, repito e reforço, esse perfil, assim penso, não foi e não seria criado apenas pela faculdade, talvez suscitado por ela, mas não gestado nela ou a partir dela. Minha persona já era antes da faculdade e continuará a ser apesar e depois dela.

6 - O que você privilegia na relação com o aluno: a aprendizagem ou o conteúdo? Se outros aspectos diferentes, cite-os e comente-os.

R: Há muito mais para se valorizar, privilegiar e atentar do que apenas a questão conteudista. É importante que se tenha o conteúdo? Sim, sem dúvidas. Penso que o conteúdo, para o bem ou mal, é e representa o norte e um eixo norteador do que se quer, minimamente, atingir. Mesmo assim, além e apesar do conteúdo, é preciso que se tenha a aprendizagem, não resta dúvidas. Se o processo de aprendizagem é realizado sem se seguir um processo conteudista datado, antigo e necessitado de uma renovação ou reformulação, ótimo. Que assim seja, então. E claro, há outros aspectos que são tão importantes quanto quaisquer outros, como a formação (ou tentativa de formação) de um(a) discente que carece dos três pontos básicos até mesmo encontrados na questão anterior: um(a) discente com perfil humanista, crítico(a) e reflexivo(a). Isto, claro, para ficar e focar em apenas três pontos iniciais, embora essenciais.